Globalizar a solidariedade: O apelo de Cuba contra o Covid-19

07/05/2020 18:35
O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, destacou a necessidade de promover a solidariedade internacional para enfrentar a pandemia de Covid-19, que afeta hoje mais de 180 nações.

 

Em uma reunião de trabalho do Movimento Não-Alinhado (Mnoal), realizada nesta segunda-feira por videoconferência, o presidente das Antilhas afirmou em Havana que a complexa situação causada pela disseminação do vírus SARS Cov-2 demonstra a fragilidade de um mundo fraturado e exclusivo.

O alto número de infectados e as grandes perdas humanas mostram seu impacto devastador em um mundo cada vez mais interconectado que, no entanto, não foi capaz de melhorar essa interconexão, disse ele.

Vamos dizer honestamente: se tivéssemos a solidariedade globalizada como o mercado globalizado, a história seria diferente, disse ele.

Díaz-Canel se referiu ao enorme esforço feito pela ilha para enfrentar a doença em meio à intensificação do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos por quase seis décadas.

Ele lembrou que meses antes do desencadeamento da pandemia, Cuba estava resistindo ao reforço desse cerco brutal, com o objetivo de estrangular completamente seu comércio e acesso a combustível e câmbio.

Ele destacou a relevância da complementação e da solidariedade entre as nações do Terceiro Mundo diante das evidências de que a ajuda do norte industrializado será escassa e expressou a disposição de Cuba de compartilhar suas experiências com os países do Movimento.

Na reunião, os chefes de estado e de governo adotaram uma declaração de apoio à necessidade de contribuir efetivamente para os esforços globais para lidar com os efeitos sem precedentes da pandemia.

O documento expressa uma forte condenação à promulgação e aplicação de medidas coercitivas unilaterais contra os Estados-membros do Mnoal, e insta a comunidade internacional a adotar ações urgentes e eficazes para eliminar seu uso.

O evento foi presidido pelo presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, e contou com a presença de cerca de vinte chefes de estado, o Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas, Antonio Guterres, e o Diretor-Geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus.