"Quem é realmente Yoani Sanchez?" - texto da Associação de Cubanos Residentes no Brasil

02/02/2012 22:16

A mais recente provocação contra Cuba, baseada em mentiras sobre a lamentável morte de um preso comum, cumprindo pena de prisão por ter agredido e ferido gravemente sua esposa publicamente, converteu-se em “dissidente” pela mídia. Foi uma entrevista telefônica com a CNN que levantou a calúnia. A notícia foi divulgada rapidamente nos meios de comunicação da imprensa de direita, de vários países, acusando a Revolução Cubana de violação dos direitos humanos. Rapidamente o Departamento de Estado e o Presidente Obama, secundados, como sempre, pelos seguidores habituais, desencadearam a campanha.

O Governo Cubano deu claras informações sobre mais essa nova e indignante mentira. O chamado “dissidente” era um preso comum, condenado a quatro anos de prisão por agressão física à sua esposa e aos policiais que, prontamente, atenderam ao apelo da mãe da vítima. Ele não estava em “greve de fome”. Lamentavelmente faleceu devido a uma severa afecção pulmonar, apesar de ter recebido adequado e rápido atendimento médico, na unidade de Terapia Intensiva do melhor hospital de Santiago de Cuba, como reconhecem e agradecem seus familiares mais próximos.

Quem foi que imediatamente chamou a CNN internacional para lançar a insidiosa notícia? A linguagem que a blogueira utilizou na entrevista não foi a de uma pessoa preocupada por supostas violações de direitos humanos; pelo contrário, revelam claramente a conexão política e o ódio contra a Revolução. Referimo-nos, mais uma vez, à blogueira Yoani Sanchez, figura construída artificialmente e promovida pelo Governo norte-americano, a direita internacional e seus associados meios de imprensa, porta-vozes da dissidência organizada. A mesma que esses interesses vêm pressionando para trazê-la ao Brasil, para dar curso à sua traidora missão de denegrir o seu país.

Quem é ela? Uma filóloga graduada pela Universidade de Havana. Andou por alguns países europeus, principalmente a Suíça. No entanto, sua vida nesse país foi mais dura do que esperava. Voltou para Cuba! Por quê? É, no mínimo, estranho! Regressar ao país que, em seu blog, caracteriza como um inferno? Palavras dela: “como desgraçados somos os cubanos, como obscuras são nossas vidas cotidianas”. Trazia um novo projeto de vida: ser blogueira! Começou em 2007. Esse ofício, por si só, salvo haja outras fontes de renda, não produz renda suficiente para viver!
    
Aqui é necessário dar algumas explicações. Imediatamente a EFE, agência de notícias espanhola, ocupou-se de lançar sua figura aos quatro ventos. Ela produzia o blog “mais lido de Cuba”. Começaram a aparecer periódicos associados, de países latino-americanos que reproduziam a notícia. Mais uma vez, é estranho! Em Cuba ninguém a conhecia, nem a seu blog. Apenas uns meses depois de iniciado o seu blog (que rapidez!), recebeu o Prêmio Ortega y Gasset de Jornalismo Digital! Recebeu, nada mais nada menos, que 15 mil euros. Assim se pode viver no “inferno cubano” e adquirir uma falsa legitimidade internacional. Logicamente, alguns blogueiros cubanos, de maior trajetória e igual projeto, sentiram-se marginalizados.

Quase ao mesmo tempo, a revista Times selecionou Yoani como uma das cem personagens mais influentes do mundo! Fica clara a falsa construção de uma figura! Em seguida, um titular da imprensa argentina afirmava: “Uma cubana mais influente que Fidel”. Alguém pode acreditar nisso?

A Universidade Pública de Navarra, organização espanhola identificada com a ultra-direitista Opus Dei, que participou do aparato de Franco, lhe outorgou um prêmio de “Direitos Humanos” de cerca de 36 mil euros. Graças a esses prêmios, além do dinheiro que recebe do Escritório de Negócios dos Estados Unidos em Cuba, Yoani já recebeu mais de 300 mil euros. Assim ela se converteu na mais rica blogueira que Cuba jamais conheceu. Pode, pois, dar-se ao luxo – a que não se pode dar nenhum cubano em sua terra – de viver, com toda comodidade, sem trabalhar! Ela anda livremente por Havana e escreve seus blogs no lobby de um hotel no Centro. Nunca foi presa e nem imagina, sequer, o que é tortura!

A fama sobre a figura de Yoani Sanchez foi produzida artificialmente, financiada e promovida em função dos interesses políticos do Governo dos Estados Unidos. Isto fica demonstrado nos documentos oficiais do Governo norte-americano, publicados pelo Wikileaks.

Seu blog foi registrado por um serviço chamado GoDaddy, uma empresa comumente contratada pelo Pentágono, para realizar ações anônimas, no ciberespaço. Sua alta tecnologia e seu designe são muito superiores a qualquer outro blog cubano. É impossível que uma única pessoa consiga tudo isso, já que isso requer um grande apoio externo para consegui-lo. O blog é traduzido em 18 idiomas, recorde que não possuem instituições como a ONU, O Banco Mundial, o FMI e a OCDE. Ela diz que são amigos (invisíveis?) que realizam gratuitamente as traduções. Em 2009, o Departamento de Tesouro dos EUA, baseando-se no bloqueio contra Cuba, extinguiu mais de 80 sítios na Internet relacionados a Cuba. A única exceção – pasmem – foi o de Yoani.

Nós, cubanos residentes no Brasil, e que amamos nossa Pátria, que nos viu nascer, consideramos necessário desmascarar essa impostora ante a opinião pública brasileira, para que não pairem dúvidas de que ela é uma agente a serviço da potência que, permanentemente e continuamente agride, por todos os meios e modos, nosso país e sua Revolução. Essa é a versão falsa que se quer construir para o povo brasileiro, na tentativa de afetar o profundo carinho e simpatia entre nossos povos. Nós, cubanos que vivemos no Brasil, não podemos comungar com mais essa agressão ao nosso país.


Associação Nacional de Cubanos Residentes no Brasil
25 de janeiro de 2012