Díaz-Canel reconhece contribuição transcendental da ciência cubana na batalha contra a Covid-19

26/05/2020 12:43

O presidente da República trocou com um grupo de cientistas, na sede do Centro e Neurociências de Cuba, e visitou, também, a diretoria do Grupo de Eletrônica, onde lhe mostraram algumas das contribuições da indústria nacional ao confronto à pandemia

O presidente da República de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, reconheceu a contribuição transcendental feita pela ciência cubana na batalha contra a Covid-19, ao visitar em 19 de maio, o Centro de Neurociências de Cuba e trocar ideias ali com vários dos cientistas que estiveram na primeira linha de confronto à pandemia.

Após escutar duas apresentações sobre a estratégia de obtenção de um candidato cubano da vacina contra o Sars-Cov-2 e o programa preventivo da Covid-19, o chefe de Estado destacou que «nos últimos dias se torna evidente que tudo aquilo que fomos valorizando, semana após semana, com os cientistas e o grupo de peritos, está sendo concretizado em resultados».

«Os seis dias consecutivos sem mortos», acrescentou, «nos quais vamos caminhando no sentido da redução do número de pacientes críticos e graves, tendo cada vez mais pessoas que saem desses estados e cada vez menos pessoas em estado grave ou crítico, indubitavelmente, é o resultado dos testes clínicos, das pesquisas que vocês vieram aplicando sistematicamente, o qual nos vai dando uma segurança naquilo que estamos conseguindo».

Ao comentar sobre o colapso de muitos sistemas sanitários em nível mundial, como consequência da saturação das unidades de tratamento intensivo, o presidente explicou que em Cuba «o dia em que tivemos mais pacientes graves e críticos foi de 15 e nos preparamos em três etapas para ter mais de 1,4 mil leitos de cuidados intensivos, dispostos para enfrentar a Covid-19».

Díaz-Canel considerou, no diálogo com os pesquisadores, que teve bons resultados o trabalho «feito desde o começo, quando detectamos casos e começamos logo a isolar seus contatos e os contatos dos contatos. Não em seus lares», esclareceu, «mas em instituições previstas para isso».

O presidente da República referiu-se, também, à normalidade em que o país deverá entrar, paulatinamente, «que não vai ser tão normal quanto antes, porque tem coisas que nós devemos manter, como regra de vida, para o futuro, e outras que devemos conceber de maneira diferente».

«O país não se pode lançar agora em uma corrida desenfreada», sublinhou. «Temos que avançar rumo a uma normalidade, reconhecendo que pode haver doentes, mas com certeza para que não haja um novo surto. Nisso estaria a solidez do que temos feito», comentou, «não só no que tenhamos passado, mas no que façamos futuramente».

Indicou que, do ponto de vista da saúde, existem dois problemas que devemos observar e encaminhar para ali a pesquisa científica: como imunizamos a população, com as vacinas e com o uso de terapias baseadas nos medicamentos que demonstraram que fortalecem o sistema imunológico; e também o cuidado com as crianças, a partir das sequelas da Covid-19, que estão aparecendo nelas.

«Nós somente não temos que superar a doença, mas também dar qualidade de vida àqueles que adoeceram, que não existam complicações, por exemplo, as crianças com coisas dessas».

Acerca do candidato de vacina cubana sob investigação, o presidente assinalou que «embora haja vacinas de outros países, nós precisamos da nossa para ter soberania».

«Se nós criamos uma vacina, isso acabará de arredondar a façanha que temos feito», disse o chefe de Estado. E depois sublinhou o orgulho que podemos sentir os cubanos, de tudo aquilo que fizeram nossos cientistas.

«Se a isso nós incorporamos uma vacina cubana, que saia no menor tempo possível, vai ser também uma contribuição importante, de todos os pontos de vista».

Na troca, efetuada na sede do Instituto de Neurociências de Cuba, o presidente soube acerca dos detalhes da estratégia de obtenção do candidato de vacina cubana e dos aspectos que o diferenciam daquele que está sendo desenvolvido por outros países.

Ainda, obteve dados da aplicação da vacina preventiva VA-MENGOC-BC em 17 mil pessoas que moram nas zonas de Havana mais afetadas pela pandemia, entre elas 4 mil trabalhadores do atendimento primário de saúde. Esta vacina, embora não seja específica para a Covid-19, foi verificado que fortalece o sistema imunológico.

Anteriormente, o presidente cubano tinha visitado, também, a diretoria do Grupo de Eletrônica, na capital, onde foi informado acerca de alguns dos avanços feitos pela indústria nacional para apoiar o confronto à pandemia, entre eles o protótipo de um aparelho de ventilação pulmonar, que logo após a sua validação pode ser utilizado nas salas de cuidados intensivos, bem como batas, máscaras de proteção e um equipamento de desinfecção, a partir do emprego da luz ultravioleta.

Acompanhado na visita pelo Comandante da Revolução, Ramiro Valdés Menéndez, o presidente destacou a capacidade que tem o país para produzir todo o tipo de equipamentos, baseado no talento dos seus técnicos e engenheiros. «Podemos fazer tudo aquilo que nos proponhamos», assegurou, «mas para isso temos que deixar a um lado a mentalidade importadora, que está freando o desenvolvimento».

Fonte: Granma
https://pt.granma.cu/cuba/2020-05-25/diaz-canel-reconhece-contribuicao-transcendental-da-ciencia-cubana-na-batalha-contra-a-covid-19