O bloqueio que os EUA querem manter contra Cuba
Palavras-chave:
EUA | Cuba | bloqueio | Hillary Clinton
Depois de meio século de seu bloqueio ferrenho contra Cuba, tentando liquidar o sistema político escolhido pelos cubanos, Washington assombra o mundo afirmando que é assim que querem viver os habitantes da Ilha.
Por Javier Rodríguez, em Prensa Latina
Depois de meio século de seu bloqueio ferrenho contra Cuba, tentando liquidar o sistema político escolhido pelos cubanos, Washington assombra o mundo afirmando que é assim que querem viver os habitantes da Ilha.
A afirmação não pode arrancar risos, apesar do absurdo da proposição, porque tem várias leituras, todas muito sérias, em meio à gigantesca campanha midiática anticubana levada adiante pelos Estados Unidos e seus aliados europeus.
A primeira delas é que, por vir da Secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, deve ser considerada como a posição oficial da política exterior da potência autora de uma guerra unilateral não declarada contra 11 milhões de cubanos.
Por outro lado, representa outro ato no sentido de desconhecer - houve antes muitos mais - a vontade da comunidade internacional que, na Organização das Nações Unidas e em praticamente todos os fóruns internacionais, exigiu o fim da desumana medida punitiva estadunidense.
Praticamente só no planeta, sepultado pela rejeição a esse bloqueio pela votação esmagadora no seio da ONU e do Grupo do Rio, bem como por toda a América Latina e o Caribe, o governo dos Estados Unidos se negou sempre a terminar com esse assédio.
E qual é o bloqueio que os Estados Unidos querem, sim, manter contra a vontade de toda a opinião internacional? Apenas alguns dados e cifras o descrevem.
É o bloqueio que já causou perdas no valor de mais de 92 bilhões de dólares a uma pequena nação, cujas riquezas foram expropriadas durante séculos por grandes empresas estrangeiras e, muito especialmente, as de origem norte-americana.
Trata-se do bloqueio que, apenas no último ano, negou às instituições de saúde pública a aquisição de dispositivos necessários para operações de coração aberto de crianças cubanas e de medicamentos para menores com leucemia.
É o mesmo que obrigou empresas holandesas e de outras nações a negar a venda a Cuba de equipamentos e peças de reposição para estudos médicos com isótopos radiativos, ressonâncias magnéticas e ultrassons, os quais poderiam salvar vidas.
Também é o que negou a Cuba a aquisição - em seu território e a obstaculizou em outros países -, de livros, utensílios escolares, matérias-primas para fabricar refrescos e produtos lácteos para alimentar as crianças e o povo, isto para apenas mencionar alguns exemplos.
Esse é o bloqueio que os Estados Unidos querem manter contra Cuba, qualificado como uma das mais gigantescas violações de direitos humanos da História.